sexta-feira, 31 de julho de 2009

ESCREVER a V I D A

Escrever me ilumina o espírito; poetar me faz viva, inspira-me os agravos e desagravos, o que inflama e suaviza, o que conjectura e disseca... o que brota... da raiz de mim. Poesia é elevação de idéias. Poesia é soma de afetos. É a revelação da minha caverna que quer vazar. É vida em comum das letras que se juntam. É compreender que cada palavra faz acordo uma à outra, até mais para além de onde posso enxergar... virar-me várias vezes, revirar-me, do avesso ao direito, das coisas ocultas, desde sempre, desde o abrigo do leite materno, desde o ventre divino, que vibra e dobra a alma, que assusta o susto e encrespa o calafrio do corpo. É o despertar da melancolia, da angústia, da dor, da alegria, da paixão... E enquanto palavras comovem e castigam o ponto exato, não competem com nada, nem com leigos ou cultos, nem com o gênero romanesco; mas a poesia está lá e aqui, em ti e em nós, revelando-se, revelando-me, sem conhecer a união das vogais e consoantes. É como o sol se espalhando em um manto de topázio envolvendo a noite; tal a cor da madrugada branda, daquele dia do qual voltei do aeroporto, onde a rua, solitária, comigo, ao volante do carro. Silêncio... nada mais.

Eu

Simplesmente Selena