quinta-feira, 29 de maio de 2008

Olá meu pessoal, voltei ! ! !

Tenho necessidade de cuspir as palavras, elas salivam nos meus dedos. Não posso deixar que elas me amarrem, senão ancoro no porto como a carcaça de um velho nau abandonado. Gosto de fazer viajar os sons à deriva, aprecio seu crescer colorido e opulento respingando no papel ao ponto de não poder mais alcançar a fala. As palavras me purgam. Calar a escrita me faz árida, rota, débil e posso ricamente margear pela loucura. Apetece-me palavrar na horizontal, é onde liberto minhas feras: sem mastro, sem rumo, sem receio, sem corte; mas emudecer diante da vida e me varrer para debaixo do tapete, nunca!

domingo, 11 de maio de 2008

Pedro, Palloma, Catarina: meus rebentos

São eles três a vibração nas minhas veias, a brisa em minha nuca, meu doce desassossego, minha voz, meu grito, meu caminhar, minha alegria, meu choro, meu recuo, a minha cantiga de viver.
São eles que me dão a sensação que tenho muito mais do que imaginei, muito mais do que preciso. Obrigada por serem meus filhos, obrigada por me escolherem como mãe, porque não há benção maior que poder acompanhar os filhos crescerem saudáveis com a vida a sorrir para eles.
Um dia os aqueci, hoje eles me aquecem. Um dia em mim foram casulo, hoje beijam a boca da liberdade... e serão grandes, tão grandes que se verão pequenos. E quanto mais tiverem a consciência de sua pequenez, maiores serão em generosidade, e diante do PAI. E eu, ah!, eu serei parte de suas grandezas, parte de seus valores.
São eles a crisálida a voar para além de mim... são eles os vapores dos meus ontens... e que Deus conserve os seus sorrisos meus filhos... por muitos, e muitos, e muitos anos afins...
Feliz dia das mães para...
as minhas mães, pois duas delas tenho.
as minhas irmãs que mães são...
as mães do coração.
as que estréiam como mãe.
enfim.., à todas as mães do mundo.

Mãe e filhos... da relação que nasce, renasce e se transforma... da perfeita união que não se esgota... que não tem fim.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Qual o caminho que devo seguir?

Gatinho amigo, que caminho devo seguir? – pergunta Alice.

Para onde você quer ir? – indaga o velho gato.

Para qualquer lugar... – acrescenta Alice.

Ah... então qualquer caminho serve!!! – ironiza o velho gato.

(Lewis Carroll -Alice no Pais das Maravilhas)

Para os dias de hoje não é nada fácil levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima; abrir o próprio negócio exige foco, pesquisa de mercado, conhecimento, estratégia e transpiração. Mas a verdade é que: se escolhemos algo, perdemos outro. Toda escolha implica em uma perda, seja ela qual for, neste caso qual critério se deve seguir? Decidi investigar. Fui ler tudo sobre como colocar meu próprio negócio, daí me daparei com a reportagem sobre os "Quinze erros comuns do primeiro negócio", confesso que o que li achei um tanto desanimador, mas se é uma questão de planejamento pode-se ter sucesso, sim; e por que não! Pelo sim, pelo não os prós e os contras fazem parte de todo o pacote: às favas com o medo. Então, que custa se jogar? Não se pensa em colocar o primeiro negócio para não dar certo, ao contrário, ousar é acima de tudo acreditar e, para quem é persistente, o céu é o limite. A sorte poderá ser lançada... quem não arrisca, não petisca.

domingo, 4 de maio de 2008

Das marcas...

Marcas na parede branca que contam a história da infância de um filho descobrindo a arte, difere-se da marca funda na parede branca cravada por objeto lançado no ápice da ira.

Marcas na pele assinando o parto que deu a luz à uma vida contrasta a marca da cicatriz de dor que pode trazer a morte, não no todo, mas a morte de sentimentos.

A mesma marca que carimba a sabedoria do nosso existir, as rugas, podem ser interpretadas como a aproximação do fim, ou o até o (re)viver, depende do estado de espírito do qual se esteja.

Marcas internas de um amor passado que deixou alegria, destoam com as nódoas de amores mal resolvidos que entorpecem o coração e a alma.

As marcas das pegadas em sentido da chegada que escancara o riso, não parecem nem de longe com o rastro da partida que traz lágrimas aos olhos.

Os momentos alegres e tristes, bons e ruins que vivemos, firmam o enredo da narrativa de cada um e nos tornam prudentes. Das marcas que contam e cantam a evolução: a minha, a sua, a nossa biografia. No entanto, façamos das nossas impressivas particularidades uma bela canção a cunhar nossa história e a de outros de maneira otimista.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Eu vos declaro: Esposa e Vírgula

O texto abaixo foi escrito por minha filha Palloma, com humor e ironia: qualidade bastante positiva para a escrita. Uma sátira interessante a fim de pontuar a minha "mania" quanto ao uso da vírgula. Adorei.
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Bom dia, (vírgula)
Venho aqui narrar um casamento interessante entre minha mãe, Selena, e a vírgula, pontuação da língua portuguesa por qual ela tem grande adoração.
Tudo começou no ano de 2006, numa manhã quente de setembro, em Teresina; minha genitora resolveu criar um blog para escrever sobre tudo que lhe fosse de vontade. Desde o início percebi tal esmero que tinha com os textos que publicava. Era cuidadosa tanto com o conteúdo quanto com a pontuação. Porém notava também seu grande apego com a Senhora Dona Vírgula, e sempre que minha mãe vinha até mim pedir que revisasse seus textos eu limava no mínimo 99% das tais vírgulas dos escritos. Mas nem assim consegui livrá-la do vício das vírgulas. Foi aí que algo me surpreendeu, minha matriarca propôs em casamento a Senhora Dona Vírgula, e esta a aceitou como sua legítima esposa.
Chegou o tão esperado dia. Como testemunha tínhamos o Teclado, o juíz era a Internet e o ENTER era o Sim da questão. O teclado atendia todas as vontades da noiva, a Internet, legitimadora da união ali estava a esperar, mas antes que fosse confirmado com o temido ENTER, veio uma caixa de mensagens da tela do computador perguntando se os noivos tinham certeza do ato. Então entrei em ação, vim acompanhada da coerência textual e gritei:
- Pare agora o casamento!!! Como pode mãe se casar com a vírgula? Com tantos outros pretendentes mais interessantes! E o ponto final? E a exclamação? E os dois pontos? E o charme das reticências?!!
Assim a coerência textual não coube em si e bradou:
- E eu? Case-se comigo!!! Eu sou a escolha mais acertada. Afinal eu sou a junção de toda a pontuação na hora certa. Escolha-me!
Neste momento, minha mãe muito assustada, porém convencida dos argumentos da coerência, trocou-a com a vírgula e apertou o ENTER sem pestanejar.
E assim foram felizes para todo o sempre!
FIM.

Eu

Simplesmente Selena