Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Honestamente..
Se tivesse poderes sobrenaturais voltaria meus filhos para dois, sete e doze anos de idade, debaixo da minha asa, onde pudesse outra vez reger suas vidas e cuidar, confortar, beijar as bochechas, repreender quando preciso e velar seu sono. Entretanto, eles crescem e nos largam de mão, e este crescimento gera dor em nós. E quer saber?, aquela mãe que era o porto seguro, a fada bondosa, já não é mais, passa a ser apenas uma figura simbólica. Estou certa de cada um dos meus rebentos nos pormenores: seu jeito, sua personalidade, seu caráter, seus gostos, manias e chatices. Conheço cada palavra não verbalizada em cada olhar. Sofri e ainda amargo pelo amadurecimento deles, parece egoísta e doentio, mas não é. Na verdade me preocupo, pois já se deparam com os percalços circunstanciais da vida. Faz parte. É quando o mundo cão se apresenta atrevessando seus caminhos. Aí bate a danada insegurança do futuro -que está em aberto- e reflito: será que tudo que ensinei está lá com eles esperando ser utilizado, será que saberão sair dos perrengues e da má influência? Amigos, quem é pai ou mãe bem sabe.., eu me preocupo, tu te preocupas, vocês se preocupam; queimamos pestanas de tanto passar sono, nos consumimos de medo do que eles ainda vão experenciar, mas apenas nos recolhemos a insignificância de sermos pais. Rezamos para eles serem resguardados, terem boa saúde, tornarem-se cidadãos e pessoas do bem. Desejamos com sofreguidão que sejam eternamente felizes. É!, nossos filhos não são nossos nem pensam como nós. E eles voam do ninho assim como também voamos um dia. Pagamos o preço que nossos pais pagaram. É a lógica.
Posso vender minha imagem bem legal, isso me faz diferente e apresentável, mas será que seria de todo, ética?! Pois é.., então vamos: adoro apreciar pintura, posso não entender, mas meu coração sente. Tenho saudade da infância no interior, me lembra meus avós. Para este momento escrever é meu ofício, a palavra é minha flecha, todavia não quer dizer que vou ferir alguém. Gosto de conversar. Amo viver! Tudo que acontece na vida é bom, até os desencontros. Falo pelos cotovelos, me derramo demais. Não é nada difícil iniciar uma boa palestra com alguém que acabei de conhecer. É ligeiro bala! Até mais do que deveria ser. Penso que a solidão também pode ser bela. Gosto de momentos meus. Já borrei meus cílios na negridão da noite. Não gosto de falar só o trivial. A paciência as vezes não me visita. Gosto de gente inteligente. Adoro liberdade, viajar e visitar museus, eis o meu balão de oxigênio. Se pudesse conheceria o mundo, este é meu sonho de consumo.
Quase gosto da vida que tenho, e estou aprendendo a desfrutá-la em toda a sua singeleza, sem cobranças nem idealizações.