Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Uh la lá... Paris.. Bon voyage..
Paris. Era nossa derradeira noite naquela beleza de cidade. Mais ou menos vinte e uma horas e o perfume do jantar povoava o apartamento do quarto andar. O vinho dançando na taça me fazia salivar. Sentamos à mesa e saboreamos o especial 'Peru ao curry' que nossos anfitriões ofereceram. Brindamos o momento que se espalhava em nossa volta dizendo em coro ao casal de amigos: "Caramba, que delícia!, vocês cozinham muito bem!". Eles agradeceram, deram um leve sorriso e suspiraram. E em companhia agradável comi, conversei e sorri. Comentávamos entre um gole e outro acerca dos lugares marcantes da cidade luz. Cada um com sua subjetividade sobre os pontos altos e baixos, mas todos de alguma forma satisfeitos, afinal era a charmosa Paris dos poetas e do amor. A noite estava muito fria e mesmo assim não resisti, abri a porta de vidro que dava para a sacada e um vento cortante me transpassou. Naquela ocasião não me importei com os dez graus Celsius, espreitei-me na mureta a me abstrair e "parisiar" pela última vez. Segurei a noite guardando a paisagem como em um quadro gigante: a arquitetura deslumbrante, a iluminação difusa, os carros, os pouquíssimos transeuntes, as folhas secas no chão da rua e os jardins banhados de laranja. Enfim pensei: a felicidade me dá medo.
Posso vender minha imagem bem legal, isso me faz diferente e apresentável, mas será que seria de todo, ética?! Pois é.., então vamos: adoro apreciar pintura, posso não entender, mas meu coração sente. Tenho saudade da infância no interior, me lembra meus avós. Para este momento escrever é meu ofício, a palavra é minha flecha, todavia não quer dizer que vou ferir alguém. Gosto de conversar. Amo viver! Tudo que acontece na vida é bom, até os desencontros. Falo pelos cotovelos, me derramo demais. Não é nada difícil iniciar uma boa palestra com alguém que acabei de conhecer. É ligeiro bala! Até mais do que deveria ser. Penso que a solidão também pode ser bela. Gosto de momentos meus. Já borrei meus cílios na negridão da noite. Não gosto de falar só o trivial. A paciência as vezes não me visita. Gosto de gente inteligente. Adoro liberdade, viajar e visitar museus, eis o meu balão de oxigênio. Se pudesse conheceria o mundo, este é meu sonho de consumo.
Quase gosto da vida que tenho, e estou aprendendo a desfrutá-la em toda a sua singeleza, sem cobranças nem idealizações.