Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
terça-feira, 1 de julho de 2008
VERDADE ou SENSACIONALISMO ? ? ?
Dei cabo em praticamente um dia e meio ao Testemunho Vivo de Glória Polo: “O LIVRO DA VIDA! DA ILUSÃO À VERDADE”, um acontecimento para lá de incrível ocorrido na vida de uma mulher anos atrás cujo raio quase a partiu ao meio. Segundo ela: veio e falecer, a encontrar-se com Deus, o Diabo, e que nesse encontro teve seu ajuste de contas zerado para ter a graça de voltar à sua família e à resgatar sua débil condição cristã. Eu realmente acredito em milagres, acredito que Deus cura pela fé, que há um Ser Maior que está acima da nossa compreensão e entendo que Ele fez maravilhas, mas também acredito no mistério que rege nossa existência e não gosto nada, nada disso. No caso Glória Polo, ela afirma que Deus a escolheu operando o milagre de outra oportunidade de viver; esta senhora por sua vez dá seu depoimento frente ao mundo a fim de cumprir tal missão sentenciada por seu Senhor. Sim, sim... uma missão a ser cumprida pela vítima deste raio que levou as conseqüências catastróficas: a morte de seu querido sobrinho e a sua própria morte; salvo o “sabão” para lavar corpo e espírito, segundo a autora, proferido por Deus se a mesma ansiasse uma nova ventura. Tudo tem seu preço, até morrer para nascer. Ou seria o contrário?! Vide publicação de 110 páginas que passeia pela doutrina cristã no afã de verticalizar e apregoar a Igreja Católica; instituição tão contestada e frágil depois de tanto ser escandalizada por deter um dos piores exemplos de seus principais seguidores: a pedofilia de muitos padres. O buraco é bem mais fundo e cheira a enxofre! Nesse livro onde cabe realidade e ficção? Como se pode morrer, conhecer trevas horripilantes transbordando torrentes de lava, conhecer a paz e a luz mais clarificada que nem conseguimos expor em palavras, e em seguida voltar para contar ao mundo? Mas qual o motivo deste testemunho fazer JUS somente à Igreja Católica considerando-a uma só religião? Até que ponto há legitimidade se a sensação que tive ao ler é de inteiro Marketing Institucional? O livro escacavia os 10 mandamentos e, principalmente, manipula o leitor ao cumprimento de seus preceitos, e caso a humanidade não os cumpra terá a língua do fogo do inferno em sua direção pelo resto de sua outra vida, infinitamente. Não é por aí. Não descarto que devo fazer o bem, amar ao próximo como a mim mesmo; respeitar, preservar e sustentar a natureza. Porém, ser escravo de uma religião organizacional ou de um ditador tirânico que determina ordens a serem cumpridas é o cúmulo da arbitrariedade e pior, se houver descumprimento da lei está sancionado à nós o terror. Este Olimpo que fala a Bíblia, leva a crer que nada mais é que um exército bélico para última morada dos prisioneiros deste Deus. Concluo então que, sob minha ótica é completamente broxante esse tipo de leitura, pois há volume de tamanha soberba e arrogância a cada frase lançada. Da Igreja católica acho bonita a celebração da missa em si: a homilia, os cânticos, a hóstia que consagra os ritos, os cantos gregorianos, a eucaristia, o batismo, o casamento, a solenidade, enfim... Quanto a Bíblia, ainda não consegui afundar-me com maior propriedade na leitura, entretanto o pouco que li só me deparei com um Deus raivoso e punitivo, e que de amor está anos luz de distância de nós: a tão falada imagem e semelhança. Racionalizando a minha reles condição de humana errante, penso: ora, bolas!, será Deus o exterminador de seus filhos? Será Deus tão vingativo assim? Mas será a Bíblia a palavra fiel de Deus? Quem criou a Bíblia? Como saber se ali está a verdadeira Palavra de Deus? Apesar de ser a obra mais lida de todos os tempos, talvez eu rejeite porque ela me constrange pelo simples fato de que subserviência e imposição não me apetecem, e tudo que é imposto me causa náuseas. Seria mesmo Jesus quem inspirou seus discípulos para grafar tais escritos, ou seria a aspiração de um povo intrincado em sua cultura com visão de mundo para sua época? O livro de Glória Polo, mesmo sem fins lucrativos, me deu a sensação de como se produz a ambição em "marquetear" a clientela da Igreja Católica de maneira imperativa à não perder seus fiéis de vista e, além disso, fazer mais e mais cadastros. Nesse caso se não cumprirmos seus mandamentos estaremos como Joana Darck, todos queimados na fogueira viva do desassossego. De todo modo, lerei a Bíblia algum dia para conhecê-la melhor, todavia com o meu olhar crítico e objetivo, sem me sentir culpada nem imputada a nenhum regulamento. E por enquanto..., bingoooooo à realidade terrena!!!
Posso vender minha imagem bem legal, isso me faz diferente e apresentável, mas será que seria de todo, ética?! Pois é.., então vamos: adoro apreciar pintura, posso não entender, mas meu coração sente. Tenho saudade da infância no interior, me lembra meus avós. Para este momento escrever é meu ofício, a palavra é minha flecha, todavia não quer dizer que vou ferir alguém. Gosto de conversar. Amo viver! Tudo que acontece na vida é bom, até os desencontros. Falo pelos cotovelos, me derramo demais. Não é nada difícil iniciar uma boa palestra com alguém que acabei de conhecer. É ligeiro bala! Até mais do que deveria ser. Penso que a solidão também pode ser bela. Gosto de momentos meus. Já borrei meus cílios na negridão da noite. Não gosto de falar só o trivial. A paciência as vezes não me visita. Gosto de gente inteligente. Adoro liberdade, viajar e visitar museus, eis o meu balão de oxigênio. Se pudesse conheceria o mundo, este é meu sonho de consumo.
Quase gosto da vida que tenho, e estou aprendendo a desfrutá-la em toda a sua singeleza, sem cobranças nem idealizações.