Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
domingo, 6 de setembro de 2009
COMER REZAR AMAR
Meus livros são todos sublinhados. Ao passo que vou lendo grifo as coisas que me chamam atenção, algo como ir me encontrando dentro da leitura. Por conta de uma crise existencial, comecei - pela segunda vez - a ler COMER REZAR AMAR. Coisas que da primeira vez passaram despercebidas, já estou com o lápis a postos, e ao acompanhar Lis, engordando "feliz" pela Itália (Freud explica), junto ao deleite da gastronomia, a minha memória fotográfica vai me tomando por completo. Fui à Itália três vezes. Este é o país em que mais sou movida pela paixão e sentidos. Gosto de cada centelha, cada detalhe, cada experimento, cada cheiro... enfim. Da Itália, Liz, ruma para Índia, encontrar seu equilíbrio espiritual adormecido. Deseja SER mais, sentir mais, pensar mais, rezar mais, e acima de tudo, aprender a meditar. Na Indonésia, comunga com o transcendental e se torna aluna de um sábio Xamã, exercitando a harmonia. Ainda em Bali, apaixona-se por um brasileiro. Falando mais sobre a protagonista Elizabeth Gilbert, e sua decisão de largar tudo por um ano e se jogar ao prazer de viver e aprender, aí vai a dica: uma mulher com quase trinta anos e uma profissão bem sucedida, casada e sem filhos, sentia opacidade em seu cotidiano. Insatisfeita com o casamento pede o divórcio, entra em depressão, e enfrenta mais um amor que vem a ruir. Deixa tudo, bens materiais, irmã, sobrinho... Pede as contas do emprego e parte para uma viagem de um ano em busca de si mesma. O livro é interessante, honesto, sarcástico e sedutor. Capaz de mostrar que nada está perdido, ainda que não vejamos luz alguma no fim do túnel. Pode parecer autoajuda mas nao é. Ei-lo então! Como Liz, vou tentar ficar vinte e quatro horas sem falar, juro que vou. Um dos momentos que me deu a chacoalhada crucial, das de sacudir os miolos. ¨Selena, silencia-te... e ao deitar, entoa o mantra: Om Namah Shivaya¨, que significa: ¨Eu saúdo a divindade que reside em mim¨. Afinal de contas, há muito mais perguntas na vida do que respostas. Revela-se quem quer e tem coragem para tanto.
Posso vender minha imagem bem legal, isso me faz diferente e apresentável, mas será que seria de todo, ética?! Pois é.., então vamos: adoro apreciar pintura, posso não entender, mas meu coração sente. Tenho saudade da infância no interior, me lembra meus avós. Para este momento escrever é meu ofício, a palavra é minha flecha, todavia não quer dizer que vou ferir alguém. Gosto de conversar. Amo viver! Tudo que acontece na vida é bom, até os desencontros. Falo pelos cotovelos, me derramo demais. Não é nada difícil iniciar uma boa palestra com alguém que acabei de conhecer. É ligeiro bala! Até mais do que deveria ser. Penso que a solidão também pode ser bela. Gosto de momentos meus. Já borrei meus cílios na negridão da noite. Não gosto de falar só o trivial. A paciência as vezes não me visita. Gosto de gente inteligente. Adoro liberdade, viajar e visitar museus, eis o meu balão de oxigênio. Se pudesse conheceria o mundo, este é meu sonho de consumo.
Quase gosto da vida que tenho, e estou aprendendo a desfrutá-la em toda a sua singeleza, sem cobranças nem idealizações.