sábado, 8 de maio de 2010

AFETIVIDADE

Fotografia: Catarina Leitão, Galícia - ESRelembro minha mãe dizendo que o momento da alimentação era Sagrado. Não podíamos falar alto, brigar ou xingar. E ela intercedia: "meus filhos, Cristo está aqui sentado ao nosso lado. Vocês querem que Ele veja tanta algazarra?". Pois não é que a gente calava, refletia e orava agradecendo a comida. Na verdade, cantávamos uma linda canção ao Senhor. Sempre identifiquei-me com a hora do almoço, não porque gostava de comer, ao contrário, eu odiava. Era pelo fato do conviver e interagir com mais qualidade. Recordo também minha querida avó, paparicando-me no quesito sabor; jamais degustei um vatapá tão devastador - num ótimo sentido, é claro. O vatapá mais gostoso que eu já tive a alegria de experimentar, e de joelhos. Vovó Neném se foi tão cedo! Deve ser uma daquelas chefes de cozinha estelar. E quando chega a hora Sagrada aqui em casa é uma festa, é muita onda e muito assunto. Pois comer é um dos prazeres da vida. Além de saciarmos a fome: conversamos, sorrimos e saboreamos o afeto de um para o outro.

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