Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Porque viajar é sentir, mas contá-los então, uma delícia ! ! !
Ah, meus amigos! Que de tanta simetria e formosura bate aquela vontadezinha de não partilhar convosco desse paraíso labiríntico clarificado de cultura. O cenário é pra lá de surreal, mas não vou ser egoísta, não devo, não posso. Pelo simples motivo do que desperta nossos sentidos tem de ser revelado. De toda forma, ainda gostaria que essa terra ficasse lá, quietinha, resguardada pela idade média como em uma pintura a habitar nossos sonhos... e se possível, protegida em um recanto qualquer do planeta, porém, impenetrável. E sobre uma colina misteriosa, as casinhas caiadas de branco, com aura mágica e cheiro de paz, amor e descanso.
Absolutamente, eu não ia ficar nem um pouco chateada se tivesse de me mudar para lá viver: sua paisagem indescritível, a serra, o rio Guadalquivir, o parque natural, seus bosques, as muralhas, a alva arquitetura, seu povo, o flamenco, as festividades, as ruas em ziguezague, o céu azul, a imensidão do mar, a explosão das flores festejando a primavera e o violeta do entardecer; tudo muito bem embrulhado e cheio de charme... Entretanto, a verdade é que ela existe. Pinheiros, palmeiras e buganvílias abraçam os dias dos que lá pertencem, e tão só abraçaram, um dia, o meu.
Situada ao sul da Espanha e província de Cádiz, Vejer de La Frontera, é para ser percorrida sem pressa ou compromisso. Sem se preocupar com nada, senão o de saborear calmamente a bela aldeia árabe, e assim, se enxergar passageiro em um outro momento da história. A sensação que temos é que o tempo congelou, do qual a cada passo alcançamos a fronteira do passado. E não é que tudo está lá!, em rigor, minuciosamente em seu devido lugar de tão exato. Sem nenhuma dissonância aos pormenores. Tudo tão perfeito...
Posso vender minha imagem bem legal, isso me faz diferente e apresentável, mas será que seria de todo, ética?! Pois é.., então vamos: adoro apreciar pintura, posso não entender, mas meu coração sente. Tenho saudade da infância no interior, me lembra meus avós. Para este momento escrever é meu ofício, a palavra é minha flecha, todavia não quer dizer que vou ferir alguém. Gosto de conversar. Amo viver! Tudo que acontece na vida é bom, até os desencontros. Falo pelos cotovelos, me derramo demais. Não é nada difícil iniciar uma boa palestra com alguém que acabei de conhecer. É ligeiro bala! Até mais do que deveria ser. Penso que a solidão também pode ser bela. Gosto de momentos meus. Já borrei meus cílios na negridão da noite. Não gosto de falar só o trivial. A paciência as vezes não me visita. Gosto de gente inteligente. Adoro liberdade, viajar e visitar museus, eis o meu balão de oxigênio. Se pudesse conheceria o mundo, este é meu sonho de consumo.
Quase gosto da vida que tenho, e estou aprendendo a desfrutá-la em toda a sua singeleza, sem cobranças nem idealizações.