Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Amo-te, Roma
Como sou fascinada por esta terra! Minha vida de viajante se resume a antes de Roma e depois de Roma. Foi nesta cidade que as portas do mundo literalmente se abriram para mim, e que o sentimento do belo floresceu com maior força, foi aqui também que meu olhar se tornou menos egoísta mas mais exigente. A verdade é que foi este o lugar em que mais me senti próxima de casa, e em que meu coração verdadeiramente disparou dentre todas as paragens que visitei. Roma tem cara de metrópole com jeito de cidade provinciana. Aí na foto estamos diante do Coliseu, essa construção teve em tempos passados autonomia para abrigar até cinquenta mil pessoas, e têm quase dois mil anos. O lugar foi base de combates entre homens, entre animais, mas também entre homens e animais; tudo com o intuito de lazer. O curioso é que foi palco também entre embarcações, pois a arena podia ser inundada. Putz! O massacre devia ser grande e sangrento. Uma bagaceira sanguinolenta por todo lado, e o povo aplaudindo o feito. O Coliseu ainda é, há centenas de anos, o ícone dos tempos de glória de Roma. Nossa! O império romano foi esplendoroso mesmo e de uma megalomania fora do comum, tanto é, que ainda está de pé em seus resquícios legitimando a história. Quando entrei no maior anfiteatro de Roma, vi o quanto é gigante e aberto, porém tive algo que não soube explicar, uma espécie de comoção, de aprisionamento, senti falta de ar e tontura. Não sei se pelo lugar ou pelas inúmeras e grandes pedras da escadaria no qual me remeteu a um filme épico, é como se tivesse diante de mim, exatamente, uma cena banhada de sangue. Igualmente o achei parecido com as pedras do desenho de "Os Flinstones", e olhando por este prisma ficou mais light. Possivelmente esta sensação ruim é pelo espetáculo de morte que já vi em filmes, e como ocorreu aqui de vero, se fez bem pior, pois o sentimento foi da trágica comédia da realidade, e me deixou bastante agoniada.
Na Piazza di Spagna basta subir os degraus e assistir a um lindo pôr-do-sol, este lugar tem uma bela vista para as sete colinas de Roma. No alto fica a igreja francesa Trinità dei Monti, um dos monumentos mais marcantes da cidade. Vale a pena subir a larga escadaria. Quando se está em uma viagem tudo vale a pena, especialmente conhecer e beber de outras fontes. Roma, A Cidade Eterna, onde todos os caminhos nos levam até ela. Enfim, a mais atraente que conheci, e amei..
Posso vender minha imagem bem legal, isso me faz diferente e apresentável, mas será que seria de todo, ética?! Pois é.., então vamos: adoro apreciar pintura, posso não entender, mas meu coração sente. Tenho saudade da infância no interior, me lembra meus avós. Para este momento escrever é meu ofício, a palavra é minha flecha, todavia não quer dizer que vou ferir alguém. Gosto de conversar. Amo viver! Tudo que acontece na vida é bom, até os desencontros. Falo pelos cotovelos, me derramo demais. Não é nada difícil iniciar uma boa palestra com alguém que acabei de conhecer. É ligeiro bala! Até mais do que deveria ser. Penso que a solidão também pode ser bela. Gosto de momentos meus. Já borrei meus cílios na negridão da noite. Não gosto de falar só o trivial. A paciência as vezes não me visita. Gosto de gente inteligente. Adoro liberdade, viajar e visitar museus, eis o meu balão de oxigênio. Se pudesse conheceria o mundo, este é meu sonho de consumo.
Quase gosto da vida que tenho, e estou aprendendo a desfrutá-la em toda a sua singeleza, sem cobranças nem idealizações.