Nasci em 1966, junto com minha querida irmã gêmea, amiga, companheira e tal e coisa e coisa e tal: nós estreamos. Foi uma pena não ter compartilhado a infância com a Celina, mas isso é assunto pra outro poste. Pois sim. Eu tô aqui mesmo é para relembrar um momento singular da copa de 70. Neto (meu irmão) e eu, em fina estampa com nossas botinhas engraxadas. Bom demais para poder alcançar a expressão do que senti em palavras. Detalhe: as minhas alvas meias tinham uma bolinha cheia de algodão pendurada em cada uma, o maior charme. Combinava ao vaporoso tecido pele de ovo em tons pastéis que cobria meu corpo delgado. A sensação tátil era boa, mas a moral era muito melhor. Sentia-me grande, forte, amada, feliz... 4 anos de idade iniciava meu caminhar para vida. Posso “quase tocar” aquele tempo com as mãos. Está guardado e brilhante. Consigo concatenar muito bem as memórias do passado no agora, sou capaz de recordar logicamente os pormenores: valores, cheiros, sons, cores, sensações, nomes, rostos... Naquele dia - eu e meu irmãozinho - de joelhos frente a bilheira tomávamos café com leite e pão com manteiga, a merenda da tarde. Eu Admirava a geografia do móvel que recebia nossa intimidade. Meus olhos percorriam por todo o corpo da vulgar mobília com dois gordos vasos de barro que continham nossa água doada pelo poço. Aconhego na dureza do chão em nossos joelhos, na verdade eu nem sentia dor alguma. A singeleza da bilheira forrada com um plástico com flores coloridas, os potes e o “côco” (nome dado a concha que retirava a água do pote). Conseguia fazer várias coisas ao mesmo tempo. Deleitar-me com o mimo de delícias, sonhar com fadas e príncipes e unicórnios, passear pelas características do objeto de madeira e não dispersar do acontecimento na casa ao lado. O jogo rolava... e então, vozes retumbaram: gooooooooolll.... Meu coração acelerou e corri para lá. Desse ponto não consigo dissecar minha felicidade, juro. Aquele dia maravilhoso tinha tons sépia misturando-se ao rosa. O sol pintava o céu e mais ainda o meu contentamento. Eu brincava de ser feliz, ainda não entendia sobre o fim da matéria; ali só cabia diversão e gozo compartilhados na razão do existir. No instante da explosão uníssona minha barriga não continha só o lanche, uma borboleta voava dentro. A sério. Senti cócegas de tanta euforia. Sublime foi a emoção. Tal o cheiro de amor do colo da Didi, ao me dar sopinha. Momento lindo! Do qual o compasso ainda não conversava com a realidade, mas que estava lá, sobre a bilheira... Eu cresceria, inevitavelmente.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Chupa Que É De Uva
Se a Dona Teresa - minha vizinha da direita, ouvir mais uma vez hoje: "Vem meu cajuzinho, te dou muito carinho, me dá seu coração, me dá seu coração. Vem meu moranguinho, te pego de jeitinho, te encho de tesão, te encho de tesão..."; apenas uma única vez vou considerar um sinal, juro. Ela tá pedindo! Subo no telhado daqui de casa e pulo no telhado da casa dela. Dona redonda “À la carte”. Eu morro espatifada, mas eu mato.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
MEUVÉIO
DAS FADAS...

terça-feira, 27 de abril de 2010
20 dias ! ! ! !
Esse é o tempo que minha irmã me aconselhou passar sem perder a calma com meu nêgo. Okay, Cel! Desde já buscando a Santa paciência. O hábito me fará monja.
HOJE EU SOU CANÇÃO
segunda-feira, 26 de abril de 2010
LA LUNA

sábado, 24 de abril de 2010
INQUESTIONÁVEL

ESTAMOS DE OLHO ! ! !
Vejam só. A fulana periférica tá se achegando em mi hermana, devagarinho, só nas butuca. Mas estamos de olho, viiice! Torneira que goteja inveja, aqui não, ô violão. Tomara vê! Fuera, sua mala! Definitivamente. Rua. Se manda. Vaza. Chega! Você fodeu demais os pacová da família Nery. Não tem mais vaga procê. Porque de povin despeitado somos passados é na casca do alho. De periférica vaidosa em que o ego compete com seu alter-ego, é bom manter distância. Gente que é incapaz de admitir o erro, onde carnavalizou, enxovalhou, injuriou, insultou e escandalizou a melhor amiga: ah, sem chance. Qualé mêeu, pra cima de muá?, não mais, okay beibe. Amizade tem prazo de validade SE não cuidada. Você se tocou para isso? Entonces, larga mão de vir comendo pelas beiradas. Da parte que nos cabe ninguém é otário. Defenderemos nossa mana desse teu olhar de esguelha, dessa tua conversinha fiada e, principalmente, dessa tua voz desafinada. Foi enquadrada por teu veneno, teu sentimento requentado, tua maledicência, tua afetação, teu ciúme... Características dos incompetentes, imprestáveis e frustrados. Pessoas sofreram, laços se desfizeram por culpa de quem, hein?! Tua. Caia na real, pois destruiu uma amizade conquistada dentro do afeto e do respeito com tuas MENTIRAS, tuas palavras meladas, tua inveja corrosiva, tua falta total de valores e os teus pecados capitais. Qual foi o teu propósito? Eu bem sei. Subir ao pódio e entrar no meio artístico. Ser artista! Mas como? Tu és um muro baixo. Como e com qual arte? Eu bem sei. A ARTE de dissimular, frescar, esnobar, inventar, sacanear, MENTIR. O talento de criar estorinhas, derrubar e depois passar por cima de tua amiga fiel se for para chegar lá. Valeu tudo, né. Valeu o boi. Porém, tu não saiu de lugar algum senão do teu endereço para as tuas maracutaias. "E agora José"? Quer retornar sem recuar e sem pedir desculpas? "A festa acabou". Não quÉrida, dessa forma, jamais.
AMIGO É COISA NOSSA
terça-feira, 20 de abril de 2010
SOU
as músicas. os filmes. os livros. as pessoas. os cheiros. os medos. as alegrias. a convulsão. o jorro. o desejo. o caos. a tensão. o tédio. a letargia. a esperança. o tempo. o ócio. a dor. a saudade. o silêncio. a calma. a paz. o amor... a jura secreta. porque quando sou não tenho medida. porque quando como, eu devoro. a melodia, o sentimento, as entrelinhas... quando ouço alguma canção, ouço até gastar. consumo letras, fonemas, palavras e frases. eu trago, eu bebo, eu rumino. sou lábios, língua, saliva, dentes, laringe. sou olhos e pensamentos. sou interior. sou sim.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
da IMPRESSIONABILIDADE

quinta-feira, 15 de abril de 2010
Há de se acreditar...

terça-feira, 13 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
B E L O ! ! ! !
Sede
sábado, 10 de abril de 2010
M A T U T A R
Há uma época em que ficamos orfãos de nossos filhos. Eles crescem independente da gente querer ou não. Nem pedem licença para florescer de maneira alegre ou com uma arrogância ostentosa. Tenho refletido bastante sobre meu papel de mãe-amiga-gestora no processo da tomada de decisão de meus rebentos: piso e repiso o caminho do bem viver. Porque é importante ensiná-los. Sou incansável, bondosa e megera na mesma medida. Tento equilibrar os pratos da balança. Difícil é! Porém, eu não sei onde está a fórmula de criar gente, não. E para falar a verdade, meus três amores me enchem de alegria e chateação. Mas aprende quem quer. Que Deus os guie e proteja. E então, rezo.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
dos filhos

Sou chata mesmo. Levo algumas coisas a sério. Ferro ou fogo. Meu marido disse que vou a uma escala de 0 a 10. Ô lôoco meeeu, eu não sou bipolar, okay! Ele me rotula de cerveja quente e imediatista, entonces decidi equilibrar minha conduta. Adotei o princípio da paciência: não ser tão extremista. Tá bem. Estou trabalhando isso em meu cotidiano, porém os rebentos me consomem de preocupação e contradizem os fatos, ora pois! Dia desses a tevê enfocou pais superprotetores. Será que me enquadro nessa categoria por puro e simples zelo? Pepinos pra descascar - putzgrila - tô aqui! Desde que criem vergonha e juízo eu sarto foora bonito! “Esqueci de viver”, canta José Augusto pra mim. Coloquei agora de próposito para me moer, triturar, amassar... eu mereço. Ainda tenho jeito, claro. Não posso e nem quero viver a vida deles. Cuidarei da minha que - por sinal - precisa de reparo na carenagem. É a roda viva girando independente dos meus filhos. E como diz minha filha: “mãe, o bônus tem que compensar o ônus, cuide da senhora e esqueça da gente um pouquinho!”. Pois bem, Palloma, então é isso? Copiei, mas se cuide, tá! Projeto em andamento. Cuidando de mim, ou terei sérios problemas de saúde mental e física. Se é que já não estou. rs.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Convenhamos...
São 8 da matina, você acorda sem energia, com o corpo moído, quebrado mesmo, foi a vacina. Nisso do lado da sua casa o som do reggae rasga seu muro e adentra todos os cômodos em direção ao seu quarto. Você tapa os ouvidos com dois travesseiros imensos e pensa: não, não pode ser. É apenas um sonho. Mas não é. Caráaaleo! As duas gerações da Dona Teresa, resolveram “reggaear” cedo (novamente), para graça e saudade de Bob Marley. Que tal? Você começa a morrer antes de terminar a primeira música, e é de raiva. Não merece tal suplício. Oh céus, oh vida! Vamos combinar que a cabra despreparada que é você, tá se restabelecendo da noite anterior e tonta de sono... nesse caso, grita: eureka! E então você tem a idéia incrível: retaliação. Pois, dexequeto viiice, seus regueiros duma figa. Certamente virão me pedir por esses dias: - Dona Selena, tem um peixinho aí pra nóis fazer cum molho? Cum, ao e de molho coloquei as minhas barbas, tomem no meio do zói. Não importa a represália; é pequena diante da poluição sonora quase de madrugada. Daí você diz – “você” sou “eu”: ow vizinha, que pena! Mas o peixe acabou na semana santa, quando fui acordada por seus filhos com aquela música gospel. Haue... haue... haue... Será a minha desforra.
Mas é preciso vacinar ! ! ! !

segunda-feira, 5 de abril de 2010
Frases feitas, Chavão, Clichê e Lugar-comum
Amo e odeio
Onde há fumaça há fogo! Mais vale um pássaro na mão do que dois voando, a paciência é inimiga da perfeição. Quem ri por último ri melhor, mas não fuja da raia. Não se pode agradar a gregos e troianos. Não deixe a desejar, cuidado para não dar com os burros n’agua, será uma faca de dois gumes. Faça das tripas coração para fechar com chave de ouro. Se ficar à deriva, a nau perde o rumo. E em time que está ganhando não se mexe, ou é melhor bater em retirada. Será o divisor de águas. Depois de um longo e tenebroso inverno, ficará de vento em polpa, tudo acaba bem. Do Oiapoque ao Chuí.
domingo, 4 de abril de 2010
sábado, 3 de abril de 2010
TÃO LONGE; TÃO PERTO

quinta-feira, 1 de abril de 2010
Cálice: Cale-se ! ! ! !
Quando Chico e Gil, compuseram Cálice, clamavam pela liberdade de expressão e ideais. Expressavam a desigualdade, a dor, o sangue jorrado, a manifestação de seus sentimentos. "Pai! Afasta de mim esse cálice", fica claro o desejo de um país socialmente justo tolhido pela ditadura militar. Nada mais pertinente ao poeta vocieferar por democracia, o que "deveria" ser de direito. Como beber da bebida amarga, engolir a labuta e calar-se: se o pensamento era livre? Tanta força bruta não o impediriam de pensar nem lutar ávidamente por uma sociedade igualitária. E assim, canções como essa diziam por entrelinhas a obrigação do não falar. Então, calavam-se... e - na madrugada - gritavam o grito mais vibrante e mais ensurdecedor. Em meio ao manejo de palavras a rebeldia emergia com a ferocidade de um povo: acossado, aprisionado, humilhado. A música é a fotografia dos tempos que eu não vivi, critica o autoritarismo e a arbitrariedade daquela época, mas quando ouço bate aqui dentro forte... e me detona.