quinta-feira, 1 de abril de 2010

Cálice: Cale-se ! ! ! !

Quando Chico e Gil, compuseram Cálice, clamavam pela liberdade de expressão e ideais. Expressavam a desigualdade, a dor, o sangue jorrado, a manifestação de seus sentimentos. "Pai! Afasta de mim esse cálice", fica claro o desejo de um país socialmente justo tolhido pela ditadura militar. Nada mais pertinente ao poeta vocieferar por democracia, o que "deveria" ser de direito. Como beber da bebida amarga, engolir a labuta e calar-se: se o pensamento era livre? Tanta força bruta não o impediriam de pensar nem lutar ávidamente por uma sociedade igualitária. E assim, canções como essa diziam por entrelinhas a obrigação do não falar. Então, calavam-se... e - na madrugada - gritavam o grito mais vibrante e mais ensurdecedor. Em meio ao manejo de palavras a rebeldia emergia com a ferocidade de um povo: acossado, aprisionado, humilhado. A música é a fotografia dos tempos que eu não vivi, critica o autoritarismo e a arbitrariedade daquela época, mas quando ouço bate aqui dentro forte... e me detona.

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