terça-feira, 16 de novembro de 2010

DOS FILHOS

LEMBRO-ME como se fosse ontem o tempo que eu passava a mirar minha cria quando era bebê. Olhava-os por horas com rigor, cuidado e admiração. Contemplava seu soninho com amor que mais parecia um culto de vigília. Sim, eu cultuava meu olhar para eles com devoção e esmero, como se fosse seu anjo da guarda a zelar o berço mais importante, precioso e abundante do universo. Porém, aquele desvelo me dava uma sensação de perda que nem sei aqui como explicar direito. Talvez fossem os problemas que viriam trazidos pela vida - sempre foi e é assim nas famílias. E de tanto velar àquele sono esqueci que os dias correriam com a velocidade do vento, inevitavelmente. Eles cresceriam, adolesceriam e causariam tamanhas preocupações. Mas de uma coisa eu tenho certeza: os rebentos carregam nosso coração em seus corpos. Parece um pouco sem razão de ser, mas os filhos devem ser criados por nós (e) para o mundo, no entanto, meu coração de mãe flagela-se além da medida. Sempre está em sístole, diástole, sístole, diástole, sístole, diástole... por eles.

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Eu

Simplesmente Selena