Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Genuíno...
Ao longo do caminho encontrei demasiadas pedras, pisei calçadas mortas e sob meus pés as ruas vivas. Nessa estrada, tantos os amigos de cada fase em mim habitou. É engraçado ver o tempo passando num raio de luz sem perceber a fração do instante. E eles passam com a voracidade de um leão em cima da presa. O tempo é infalível e implacável. Fica um pouco do vazio de que não o aproveitei da melhor maneira. Quedo-me falível e iludida... arrependo-me. Culpo-me por deixá-lo correr irreversível... mas, enfim... como segurá-lo? Sinto uma saudade frouxa dos momentos mais distantes da minha vida. A infância é desse breve ínterim que está no fundo de mim, pintada com lápis de cor em um colorido fantástico. Em cada esquina do coração recordo um punhado de pessoas queridas que me marcou de alguma forma. Cada encantamento, cada vivência, cada sorriso e expressão de olhar. Parece que foi ontem! Cá - ainda quentinho - em minha mente as coisas inconfessáveis e mágicas me ocupam. Simplicidades que não voltam. Tolices com valor de ouro em pó. Consigo visualizar a linha de minha história, o traço virtual da passagem dos períodos se apresentando e inaugurando um presente novo ou uma perda. Porque viver é perder e ganhar, mas aquela época que tinha um brilho deslumbrante, o prêmio que guardo é incalculável.
Posso vender minha imagem bem legal, isso me faz diferente e apresentável, mas será que seria de todo, ética?! Pois é.., então vamos: adoro apreciar pintura, posso não entender, mas meu coração sente. Tenho saudade da infância no interior, me lembra meus avós. Para este momento escrever é meu ofício, a palavra é minha flecha, todavia não quer dizer que vou ferir alguém. Gosto de conversar. Amo viver! Tudo que acontece na vida é bom, até os desencontros. Falo pelos cotovelos, me derramo demais. Não é nada difícil iniciar uma boa palestra com alguém que acabei de conhecer. É ligeiro bala! Até mais do que deveria ser. Penso que a solidão também pode ser bela. Gosto de momentos meus. Já borrei meus cílios na negridão da noite. Não gosto de falar só o trivial. A paciência as vezes não me visita. Gosto de gente inteligente. Adoro liberdade, viajar e visitar museus, eis o meu balão de oxigênio. Se pudesse conheceria o mundo, este é meu sonho de consumo.
Quase gosto da vida que tenho, e estou aprendendo a desfrutá-la em toda a sua singeleza, sem cobranças nem idealizações.