sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

dos questionamentos...

Estou apoteoticamente calma e com a alegria estável, por enquanto. E nessa alegoria intrínseca, vou dar um "time" por aí... A crise pode ser um sinal positivo, uma lição benéfica. Navegar é preciso; viajar também. Que outros ares se descubram para mim, por favor! Às vezes careço de dar uma limpa no lixo interior, refletir e me auto-analisar sem esquecer a reciclagem. Cada pessoa é renovável em si mesma. Vou ficar longe por um tempo porque assim é bom. As respostas? As encontrerei no silêncio. Faço-me entorpecida de esperança, pois ainda acredito que posso, é fato. Parece obvio, mas não é.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Há dias assim...

Saudade louca, desarvorada, ensandecida, desorientada, que olha ao longe, transborda e se mistura com o éter. Saudade da época medieval, das pedras largas do castelo espanhol que não morei, da janela que não debrucei, da música sacra que jorrou pelas paredes que não ouvi. Saudade do por-do-sol de Santorini, do banco da praça que nunca sentei, das mãos que não toquei, do sorriso que nunca vi, do olhar que não troquei, da rosa que não recebi, da flor que não beijei. Saudade do tempo jurássico, de não ter visto um pterodátilo réptil com toda sua supremacia voando os céus. Uma saudade de tudo e de nada, que não comporta em mim nem em outro lugar. Saudade do som e do silêncio do espaço sideral. Saudade do passado e do futuro, das galáxias, dos planetas que possam ser habitados, das estrelas e da lua, da poeira cósmica, do fim e do príncipio. Uma saudade de alguém e outra de ninguém. Da pluralidade fronteiriça do meu sentir se espalhando ao vento, mas que não conhece como ser singular. Uma saudade que vaza... ausente, descomunal, louca e irrepreensível. Que é e não é minha. Saudade de ser o que sou e ser diferente no que faço. Dos meus pedaços olvidados por aí, perdidos nos períodos de minha vida. Daquela casinha de palha que deslizei. Da menina colhendo guabirabas naquele dia cor de ouro velho. Saudade larga sem tamanho nem profundidade, híbrida, sem lei natural, dramática, completamente espetaculosa e nonsense. Saudade de não ter conhecido e conversado com o sábio Rei Salomão. Saudade de um momento, de um gôsto, de um cheiro, de um abraço... tão minha... que sofre de insônia, que não sacia e me rasga a pele, no entanto, junta-me, aparta-me e entra novamente em mim. Saudade acoplada, embutida e impiedosa... que é pouca e é tanta.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

do consumismo... ad eternum

Quem disse que a ditadura acabou?! A verdade é que vivemos sob a ditadura do consumo desenfreado, somos induzidos pela pesada massa do marketing e da propaganda ao convencimento de compra. Comprar e comprar muito, eis a questão! Somos levados a acreditar que seremos os melhores se comprarmos, se prosperarmos e triunfarmos. Queremos casa na cidade, na praia e no campo; queremos roupas, carros, restaurantes, viagens... e a bola de neve vai crescendo e invertendo os essenciais valores que realmente importam. Compramos mais do que precisamos e entulhamos nossas vidas de futilidades, pois além da tentação ser uma arma poderosa e feroz, toda estratégia é para pegar nós mulheres que, de bobocas, embarcamos nessa nave louca. Diga-se de passagem, homens adoram carros, casas etcetera e tal, no entanto, a jogada para atrair a massa de compradores em potencial é para nós, as mulheres. Sim, mulheres detêm o poder de compra... e quando não compram são exímias influenciadoras. Agora meus caros colegas, digam-me uma coisa: qual a causa da maior crise econômica do planeta? Nós mulheres? Não, é claro. Mas o capitalismo selvagem, a ausência do SIMPLES. Afinal de contas, somos o que somos e não o que temos. Onde está essa tênue diferença entre o Ser e o Ter? Pensemos nisso.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

qual preferes???

Mousse de morango ou sexo??

Mousse de morangooo!!!!!!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

dos clássicos...

Uma vez escrevi que sempre gosto de ler primeiro o livro e só então depois ver o filme. Mas confesso, dessa vez foi diferente. Ao assistir o filme nasceu a vontade de ler o livro, pela primeira vez leio Tolstoi: Anna Karenina. O desenvolvimento de cada personagem é interessantíssimo. Seus conflitos, seus estados de espírito, a dinâmica, o bem e o mal, a virtude e o não acabado. O autor consegue colocar muito bem ao leitor, e já vale 10 pelo conjunto da obra. Um belo romance entremeado na aristocrática Rússia czarista - século XIX, onde o próprio vivia. Anna viaja para Moscou a fim de salvar o casamento de seu irmão, mas por ironia do destino se apaixona por um militar, a paixão fala mais alto e Anna deixa marido e filho. Mas como é de certo um dia toda "paixão" fenecer, não sabe lidar com a rejeição e o remorso. Num momento de grande desespero, joga-se na linha do trem. Arrependimento, ciúme, dor, angústia, vingança? Contradições a parte. Anna comete suicídio! O desenrolar permeia pelo pecado original, as crises existenciais, suas aspirações, a complexidade na família, as classes sociais, a passionalidade, enfim... o conflito das histórias que seguem paralelamente. Também aborda o entendimento das relações interpessoais, seus valores morais e religiosos e, igualmente, os políticos. O livro é excelente, bem mais que o filme. Pena que Anna morre.
“Todas as famílias felizes são iguais, as infelizes o são cada uma a sua maneira”

TOLSTOI em ANNA KARENINA

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

da parceria...

A polaridade rebentando o fio da navalha, talvez seja a única oportunidade para olhar uma situação pelo melhor ângulo e com compaixão. Porque sou pequena, sou tudo e nada; aqui, ali, acolá na fração do segundo chamado vida. Vidas nossas a caminharmos lado a lado. Se eu não tentar perceber, virar a cara, não reagir, não estender minha mão, serei detestável. São estes pontapés que me impelem a continuar a peleja, a ajudar quem tanto me ajudou. De certa forma, mesmo com as perdas e os ganhos, sou-lhe grata. Porque estamos juntos nesse barco - por enquanto à deriva, mas acredite, não vou esmorecer. Pode apostar.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

da série: V O Y E U R

Gozado... mas qualquer coisa da vida do outro sendo devassado pela lente da TV, apetece. Personagens são construídos, mascarados ou desmascarados, atuando ou não, que seja. No Reality Show, encontramos nas pessoas elementos se arquitetando, ambicionam a aceitação dentro e fora da tela. No entanto, mais dia menos dia o stresse do confinamento desenrola os verdadeiros traços de personalidade... a natureza de cada um, a mente de cada um, a condição humana de cada um... cai o pano do grande teatro. Dificilmente alguém sai ileso da bolha... de toda forma, é para eles transformador. E assistir a este desenvolver é interessante por demais... "tipo assim"... Ah, isso vicia foofes!!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

M A V I E

Meu olhar coruja se perde apaixonado, assombrado, cala-me a voz... é tua beleza forte, marcante, cheia de charme... é teu conversar cadenciado, eloqüente, em soquinhos. Tu mostras a verdadeira face do núcleo familiar, onde o amor tem ressonância no pulsar das veias. Tu que és uma ilusionista das palavras, que as imprime com perfeição. Tu que és uma principiante da vida... que tens urgência em voar...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A M O R M E U

Sabe quando a alegria gira, gira e gira dentro de você? Palavras não me bastam nem decifram o sentimento absoluto. Nenhuma expressão colore as cores do arco-íris das quais me visto de ti... Felicidade, teu nome é Pedro!!! Porque teu amor mata minha sede... porque teu amor mata minha fome... porque teu amor me liberta para poder amar mais e mais...

V I D A M I N H A

De todas as palavras que me vestem, do momento congelado no papel: nenhuma delas podem suprimir o nó na garganta quando olho para esta imagem.
Minha
filhinha Catarina, aos 18 meses, meu piu-piu, minha alegria de viver, meu raiar da manhã, meu tudo!!!
Tempos bons...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

e ontem...

A sinusite. O dia péssimo. Os ossos da face com a sensação de quebrados. Vários remédios durante o dia fora os triviais. Antialérgico, antiinflamatório e corticóide. Dormir a tarde toda. Acordar nova. Às dezenove café com leite e pão quentinho. Jornal. Novela. BBB. Aqui e acolá considerações acerca dos confinados. Grito de cá, essa Naná é uma figuura! Minha filha grita de lá - mãe tu é opiniosa mermoo, tá gostando da Naná hein? Zapeio a SKY. Vôo pras músicas. Canal 300. Fico matutando. Sem coragem pra nada. Continuo ouvindo música. Serpenteando no sofá. Decido. Favorito é uma idéia. Tô cansada de casa hoje! Chega de mazela. Um banho pra acordar. Delicio-me com sushi e afins. Converso com minha filha. Fazemos planos. Mais ela do que eu. Ela diz não perder o foco. Asseguro-a firmemente de nunca se esquecer disso. Também tenho planos e principio qualquer coisa. Ela ri, mas diz que posso. Entonces replico. Erasmo, um amigo que vive em Florianópolis, disse-me que acredita muito na força de vontade; ele é prova viva da garra de vencer seus desafios. Caracas! Essa frase vez em quando martela minha cabeça. Conversa vai e vem em mais de duas horas de link despreocupado entre nós. O vento delicioso entre as mesas limpa a madrugada. Cada qual com seu colóquio no seu quadrado. Trocas. Enredos. Vidas pulsando. Uma mãe – na mesa ao lado, atende o celular e brada ao filho que ele não vai sair. A noite divaga. Alguns a olham. Nós também. Verifico a hora. Xiiiii Palloma... vamos vazar!? Garçom? Por favor, a dolorosa. Oh, como tenho compaixão pelos garçons! Mas deixa isso pra outro poste. Já é madrugada... ela veio ninar os notívagos. Cama, ritual and pillows.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

David Bowie: M A R A V I L H O S O ! ! !

Sim. Viva Bowie! Com uma maneira multifacetada e teatral de se apresentar e uma postura andrógena, já vendeu mais de 136 milhões de álbuns no mundo inteiro. Ele ama, atua, produz, desenha, pinta, escreve e é também escultor nas horas vagas; além de cantar com a alma e tocar nosso coração, é claro. Para mim, esta é uma de suas melhores performances que já assisti, não apenas pela bela canção, mas porque dá gôsto de ver e ouvir este lendário artista. Além do mais, está bem melhor agora e parece mais feliz e mais sábio. De encher os olhos de brilho. Perfeito!!!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bendito Seja O Teu Nome...

Mesmo que eu não Te toque, mesmo que eu não Te veja. Porque Tu me abres o olhar e me tiras dessa cegueira, para que eu me estruture, acredite e exercite minha fé. Porque Tu estás no controle da espaçonave Terra, para que eu reflita, seja mais humana e entenda como se deve tripular em nome da ética e do bem para o bem. Mas principalmente que eu o pratique, e enxergue a necessidade do coletivo e o que em verdade têm sentido. A natureza, as coisas simples, o outro. Que eu não seja tão medíocre como sou. Que eu me repreenda a cada passo infalso dado. Que eu Te siga acima de tudo... que eu conjugue o verbo amar na sua essência. Que eu compreenda, aprenda e conheça... e que cada degrau que eu venha a subir nunca derrube o que ficou atrás. E que eu sempre Te sinta em mim, porque é de Ti que preciso em todos os momentos... Amém.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

apetece-me...

Há dias em que desejo cheirar a grama molhada, outros dias prefiro que o embalar da rede me leve aos meus sonhos, enquanto olho as nuvens se modificando. Há dias como hoje, que a lua parece a grife de um jeans que os deuses vestem. Há dias que acredito que posso me entusiasmar, ousar, pirar, enlouquecer, vencer e usar o bom senso... E há dias em que anseio capturar tudo isso atrás de uma meta. Seja como for e estando como esteja, existem os dias em que quero trocar tudo em prol de um objetivo maior. Todo esse sentir é a arte se apresentando em mim. Porque a criatividade é minha respiração... porque ela doma meu ócio... e eu (a)prendo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

do quereres...

Queria voltar pra casca. Ficar lá. Quieta. Parada. Inerte. No breu. Presa e livre. Queria não ser responsável por nada. Quero liberdade. Queria o verbo intransitivo me completando no avesso e no direito. Quero amar além da medida. Queria morar no sul da Espanha. Queria tragar Roma. Queria falar italiano, francês, espanhol, inglês. Aprender dançar flamenco. Fazer um curso de lingüística. Quero uma nova amizade igual à de infância. Quero emagrecer. Quero que meu cabelo não caia demais. Quero ler e me hipnotizar. Quero falar a palavra oblíqua com certo charme. Quero tanta coisa. Sorrir. Chorar. Abraçar o mundo, o cosmo, a lua. Queria conversar com uma estrela. Queria meus limites ilimitados. Quanta coisa queria. Quanta coisa quero. Quero-me de volta. Queria não querer tanto querer.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

da ex pressa das coisas...

Cerveja quente e imediatista das piores, fui. Eu chegava antes mesmo de mim. Uma coisa qualquer de inquietante me revolvia as entranhas numa ansiedade abissal. Quando queria algo tinha de ser para ontem, e aquela sofreguidão me angustiava muito. O verbo esperar não fazia parte de minha conjugação, pois era sinônimo de nunca alcançar. Mas depois das tantas deveras quedas de cara no chão, aprendi a lição: não lutar contra o tempo. Cultivo a paciência e a exercito em meu dia-a-dia. Agora, sorvo os pedaços da espera com um gôsto especial... e é especialmente delicioso mastigar cada momento...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

da sintonia...

Porque as vezes o olhar que cala, fala...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Aprendendo a Aprender...

Ponderações. Rascunhos. Excitações. Ensaios. Medos. Alegrias. Desabafos. Observações. Viagens. Traçados. Chegadas. Partidas. Pensares. Registros. Memórias. Fatos. Impressões. Explanações. Interpretações. Particularidades. Controvérsias. Considerações. Bisbilhotices. Flatulências. Idéias. Ideais. Ausências. Citações. Silêncios. Vozes. Ecos...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Genuíno...

Ao longo do caminho encontrei demasiadas pedras, pisei calçadas mortas e sob meus pés as ruas vivas. Nessa estrada, tantos os amigos de cada fase em mim habitou. É engraçado ver o tempo passando num raio de luz sem perceber a fração do instante. E eles passam com a voracidade de um leão em cima da presa. O tempo é infalível e implacável. Fica um pouco do vazio de que não o aproveitei da melhor maneira. Quedo-me falível e iludida... arrependo-me. Culpo-me por deixá-lo correr irreversível... mas, enfim... como segurá-lo? Sinto uma saudade frouxa dos momentos mais distantes da minha vida. A infância é desse breve ínterim que está no fundo de mim, pintada com lápis de cor em um colorido fantástico. Em cada esquina do coração recordo um punhado de pessoas queridas que me marcou de alguma forma. Cada encantamento, cada vivência, cada sorriso e expressão de olhar. Parece que foi ontem! Cá - ainda quentinho - em minha mente as coisas inconfessáveis e mágicas me ocupam. Simplicidades que não voltam. Tolices com valor de ouro em pó. Consigo visualizar a linha de minha história, o traço virtual da passagem dos períodos se apresentando e inaugurando um presente novo ou uma perda. Porque viver é perder e ganhar, mas aquela época que tinha um brilho deslumbrante, o prêmio que guardo é incalculável.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

das coisas simples...

Porque ontem ao final da tarde o vento discursou pela janela, ouvi palavras soltas e tentei entendê-las, mas não, não consegui. Saí de casa fotografando pelo celular como uma louca... o céu, a rua, a tarde rosa embrulhada com celofane chumbo. Ventava forte na promessa dos aplausos da chuva. Como gostei... como gosto! Voltei e a xícara de chá de erva-doce me esperava pacífica, aqueceu-me as mãos. Liguei o som e uma felicidade inexplicável vazou de mim. A música rolou... Tom Waits me aguardava para desfrutá-lo. Sentei-me e saboreei o tempo... a canção preencheu os espaços da casa e de minha solidão amiga que me mantém sã. Comi cada vocábulo como a uma flor, pétala por pétala. Meu Deus! Aquela voz vinha do céu pelo vento, do cosmo trazida por um ovni, de uma estrela colorida, sei lá; mas me encheu: de paz e luz e cheiro de terra molhada...

Eu

Simplesmente Selena