PAZ, LUZ, AMOR, PROSPERIDADE...
Junto aos outros sentimentos repleto de virtude.
FELIZ 2011 ! ! ! ! ! !
Esta é a tentativa de capturar o curso da minha história. Neste (Co)existir me misturo com pessoas, palavras, olhares, sensações, livros, música, arte, o sol, o luar, o choro, o grito e o riso. A intenção é boa. Vou aprendendo a partir das lições que a vida me presta. Aqui você vai encontrar pensares, lugares, repescagens, emoções, coisas e causos. Se é relevante? Talvez. Na verdade escrever é que é viciante. Bem como ser lido. E agora? Estou viciada! Seja bem vindo e desfrute comigo. SELENA
PAZ, LUZ, AMOR, PROSPERIDADE...
Junto aos outros sentimentos repleto de virtude.
FELIZ 2011 ! ! ! ! ! !
Mais um ano que vai e outro que vem... então, a hora, o momento, a enésima oportunidade é agora. Definitivamente vou tomar vergonha na cara e alcançar meu objetivo: emagrecer. Porque fazer as pazes com meu espelho não tem preço, no entanto, sei que é um grande desafio, e este: está lançado. Minha meta é reeducação alimentar junto à caminhada e a balança em dia como aliadas e, acima de tudo, manteremos uma grande e calorosa amizade! Quem espera com fé, determinação e disciplina sempre alcança. Afinal o cosmo conspira a favor dos que acreditam. Alimento-me dos sonhos possíveis, ora pois! É com alegria, percalços e esperança; dias sim, dias sim...
Sentir a própria evolução como ser humano; eis quando nos damos conta que somos apenas um grão de poeira no mundo.
Em ritmo de caminhada e ganas de tentar outra vez meu objetivo maior, o percurso parecia bem mais tranquilo. Ainda tinha (pela frente) meia hora pé-ante-pé junto ao mormaço que entrava desaforado pelas minhas ventas.
E perguntou no meio de um sorriso o que é preciso para ser feliz? Amar como JESUS amou...!
Sinto deveras saudades de meus avós por parte de mãe: os que convivi desde pequena. Cada um era mais maravilhoso que o outro por diferentes motivos. Um me apresentava o sol, o outro buscava o sol pra mim. Vovô Oliveiros e Vovó Neném eram seres pra lá de extraordinários.
Sou cuidadosa, organizada e valorizo minhas coisas. Penso que é mais fácil ser ordeira que bagunceira. Por vezes me acho exagerada, sistemática e tento sair dessa condição; cansa muito. Gente perfeccionista assim como eu sofre pra caramba.
ONTEM para mim foi um dia alegre até o momento em que vi meu copã chateado. Não gosto de vê-lo aos pedaços sem o seu largo sorriso no rosto. Se meu querido amor fica sorumbático e decepcionado com o que lhe é mais caro; pois sim, eu também ficarei desolé! Nossa véspera de Natal teve o verdadeiro espírito natalino e foi agradabilíssimo desfrutar da família em união como há muito tempo não tinha essa sensação. Mas, sucedeu a pedra que há muito tempo eu havia cantado e o mancebo nunca acreditara nas minhas percepções. Aconteceu o que previ desde sempre. Às vezes a desilusão é vital para fazer acordar quem esteve a dormir por mais de trinta anos. Talvez seja seu pior desapontamento desses anos laboriosos, no entanto, penso que será transformador, pois além de alargar seu olhar para assuntos antes jamais imaginados, fará com que tenha mais verticalidade diante de situações inesperadas. Então, nesse ano quase findo o próprio aprendeu que => amigos podem não ser tão amigos como desejamos. Eles nos colocam em nosso lugar e fecham portas em nossa cara quando bem entendem; porém, DEUS, abrirá quantas janelas for possível ao filho determinado, obstinado e lutador. Meu marido é assim, cheio de fé! A princípio as decisões não serão fáceis, eu sei, mas servirão para fortalecer sua casca quebradiça. Faz parte de todo crescimento profissional e pessoal. Um passo de cada vez, se recuar dois, avance outra casa no jogo dos que jogam vestidos da ética. É com fidelidade e esperança no SENHOR que o Sol nascerá para todos... em cada amanhecer.
PELA enésima vez retomei a caminhada, e aos pouquinhos. É um dia após o outro, é como um viciado em nicotina, em cocaína, um alcoólatra, uma mulher que ama demais; cada dia é um dia que venço a mim mesma. A princípio foi pra lá de ruim, depois ficou péssimo, ontem foi menos custoso. Sinto um pouco de alegria e coragem para superar cada pequena recaída. Mas essa tarefa hercúlea já estava inadiável.
HÁ DIAS tristes, inevitavelmente. Tantos motivos tornam nossa alma obscura, tantas besteiras que fazemos e sofremos. Gestos, sutilezas, palavras, frustrações e até os nadas. Vez em quando fico aflita e, paá... apodera-se de mim a melancolia. Mas, pensando bem, não é de todo ruim ficar triste, é até um estado de mergulho interior, de se retratar conosco por coisas que vivemos, é uma espécie de auto-análise mesmo. Apenas eu sei o que sinto e o que se passa dentro de meu peito: se dói ou condói. Ninguém apetece estar conosco quando estamos angustiados senão quem nos ama de verdade. Quando fico triste sei que estou mais viva do que quando estou alegre. É esse sentimento de dor que me faz retroceder para coisas que a euforia não faria, nunca. Tristeza é aprendizado: é procurar entender meus problemas e achar solução para eles, é ficar em silêncio profundo e absoluto, é dar pausa para ouvir os sons do meu próprio corpo; este que tem muito a dizer.
O RIO DE JANEIRO foi tomado pelas Polícias Militar, Civil, Federal e mais as Forças Armadas. Todas unificadas contra a violência do tráfico. Mas até quando e em que tempo vai perdurar essa harmonia? Como eu queria acreditar que este fato histórico arrasasse de vez com o Poder Paralelo! Como eu gostaria de acreditar nas forças do bem para o bem comum! Como eu (e todo brasileiro) desejo o equilíbrio de uma cidade, de um país, de seu povo! Não, eu não quero apenas um buquê de rosas ou um punhado de gérberas, para encenar ao mundo e depois voltar à mesma situação deprimente. Quero para meu país todos os jardins de todas as flores e frutos perfumando sorrisos espocando: Ordem e Progresso. Quero o céu infinito, o mar imenso, o ar cheio de frescor e um a um de nós – brasileiros – dando as mãos na esperança da segurança conquistada, merecida, revelada. Eu quero um mundo melhor cheio de marias-sem-vergonha, malmequeres, rosas, margaridas, lírios, violetas, girassóis e tantas pétalas sobre nossas cabeças nos presenteando a Força do Bem. Porque o que deve ser expandido é o amor, a amizade, a educação, a segurança, o labor e o lazer orquestrando a vida de todos. Eu quero o aroma da lavanda brindando a dignidade em cada manhã. Ao meu país eu quero a singeleza, a delicadeza, dias clarificados, tardes mornas, noites tranqüilas e ar com cheiro de PAZ em cada canto; e em nós, o perfume de tudo.
EU DESSANGRO minhas mágoas; ele carpe as dele. Não conhecemos o amor apenas de ouvir falar. Namoramos, apaixonamos, casamos, parimos (e acredito que ainda nos amamos, mas não nos queremos mais). Estou perdidamente confusa no que decidir. Estamos separados vivendo juntos, é fato, no entanto, algo mais forte não nos deixa largar o osso. São tantos problemas, considerações, preocupações que afligem cada um de nós dois. Estamos à deriva, talvez perto de afogar. No fundo, no raso e no meio de tudo isso há confrontos, pelejas, atritos, atropelos e muita falta de querer que dê certo. Tenho tirado leite das pedras, mas não consigo depurar o que há de ruim dessa relação. Desapareceram as coisas lindas ao longo dos anos. A paixão declinou e querer bem nega sua robustez, enfim, não há delicadeza e bem menos ainda a motivação para remediar. É nebuloso e dramático viver sem graça! Preciso tirar um ano sabático, viajar, sorrir, correr o mundo, deixar depressa essa situação angustiante. São desejos oponentes e imperativos: ou afundamos com o barco de vez, ou resgatamos nossos pedaços que estão pela praia. Por todos os mais erros que acertos, mais as perdas que os ganhos vividos por tanto tempo, não estou alegre e nem poderia estar. Entretanto, ainda sou uma pessoa otimista por excelência. Juro solenemente.
Minha turma da adolescência era mil e uma utilidades: do tipo uma-ajuda-outra-e-não-se-fala-mais-nisso. Lembrei agora de uma grande amiga, a Tânia. Quando estávamos nos emperiquitando para sair ela dizia: “ - Tá na hora do batom tchuurma, vamos pintar em todas nós a mesma cor pra arrematar a beleza das gatas, oh! Depois vamboora pra guerra campear macho”. Nossa (risos)! Como eram maravilhosos aqueles momentos de cumplicidade e parceria. Cada etapa da vida uma conquista. Ah, que saudade daquele momento em que destacávamos o frescor de nossa juventude com o Pink Mata-macho (não era da YSL). O bom das peripécias que vivi é que soube aproveitar com encantamento aquele tempo - sem explicação de belo.
Hoje é dia do reino de Dom Pedro! E neste palácio de afetos comemoram-se seus 16 anos de vida com toda pompa que merece. Pedro é um garoto lindo, saudável e tem muita bondade no coração. O formato de seus olhos dá a impressão de olhar triste, pois ele é hipermétrope e astigmata; o que às vezes pode parecer ter também presbiopia, no entanto, seu olhar é fundo, profundo, franco, cheio de alegria, amor e ventura. Eu, que faço sempre tudo - ou quase tudo - para vê-lo feliz, não poderia deixar de celebrar esse momento com aplausos, nossos familiares, música e muito mimo pra meu nobre rebento. Em 1994, às 08h25min da manhã nascia meu príncipe na Vila de Belo Horizonte. Porque meu ilustre fidalgo foi criado tal um nababo, cheio dos rapapés: muitos beijos, atenção e carinho. Eis então meu principezinho que hoje ascende seu título para o Honroso Dom Pedro Santos. Salve Pedro!
LEMBRO-ME como se fosse ontem o tempo que eu passava a mirar minha cria quando era bebê. Olhava-os por horas com rigor, cuidado e admiração. Contemplava seu soninho com amor que mais parecia um culto de vigília. Sim, eu cultuava meu olhar para eles com devoção e esmero, como se fosse seu anjo da guarda a zelar o berço mais importante, precioso e abundante do universo. Porém, aquele desvelo me dava uma sensação de perda que nem sei aqui como explicar direito. Talvez fossem os problemas que viriam trazidos pela vida - sempre foi e é assim nas famílias. E de tanto velar àquele sono esqueci que os dias correriam com a velocidade do vento, inevitavelmente. Eles cresceriam, adolesceriam e causariam tamanhas preocupações. Mas de uma coisa eu tenho certeza: os rebentos carregam nosso coração em seus corpos. Parece um pouco sem razão de ser, mas os filhos devem ser criados por nós (e) para o mundo, no entanto, meu coração de mãe flagela-se além da medida. Sempre está em sístole, diástole, sístole, diástole, sístole, diástole... por eles.
MEU dia hoje começou assim... coloquei Elis em DVD e disse: então canta pra mim, ó mulher!!!
"A música é meu arco, minha flecha, meu motor, meu combustível e minha solidão. Amigo, cantar é um ato que se comete absolutamente só e eu adoro."
"Amo a música, acredito na melhoria do planeta, confio em que nem tudo está perdido, creio na bondade do ser humano e intuo que a loucura é fundamental. Agora só me faltam carneiros e cabras pastando solenes no meu jardim. Viver é ótimo."
"Neste país só duas cantam: Gal e eu."
"A lucidez me leva às raias da loucura."
"Eu fiz vários shows, vários discos e vários filhos."
"Tenho o prazer de me danar e me recompor sozinha, não preciso de muletas."
"Sou músico sim, meu instrumento é a voz aliado à palavra. Não aceito discriminação."
"Não passo o dia olhando pro meu umbigo para ver se nasce um pé de couve."
"A vida vai bem, obrigada. E, mesmo que não fosse muito bem, quando a gente está com um escore mais ou menos 95 a 5, a gente não pode se queixar. Filhos simpáticos, marido bonito, conjunto maravilhoso, teatro lotado, cabelo novo, dente obturado, a cuca tratada, roupinha nova no guarda-roupa, os amigos freqüentando a casa, aquelas coisas. Se queixar é querer demais. Então está tudo como o diabo gosta."
“Eu sou do contra. Não vão me dirigir não. Decifra-me ou devoro-te? Não vai me devorar nem eu me decifrar, nunca. Eu sou a esfinge, e daí?"
"No Brasil, a aspiração é americana, mas a organização é macunaímica".
"Se Deus cantasse ele cantaria com a voz de Milton".
"Entre a parede e a espada, me atiro contra a espada”.
A pitombeira lisa após a chuva da noite, o cheiro da terra molhada, o chão úmido e frio, comer azeitona roxa em cima do pé. Ah, posso ainda sentir o sabor! Trago de volta à minha mente o gosto da azeitona roxa às vezes doce às vezes travosa.
Não é uma questão de relativizar, mas penso firmemente que existe ato certo e ato errado que pode gerar conseqüências péssimas. Sabe-se que há uma fronteira tênue que separa o bem e o mal. Eu que pouquíssimo leio a Bíblia sei que lá está em várias citações escrito sobre o maniqueísmo. E não há como negar que o mal está dentro de cada um dos habitantes da terra; este mal que talvez nasça com cada um de nós, é intrínseco e inegável, mas são as situações que rasgam o cotidiano mostrando a avaria. Jamais o mal conseguirá ficar camuflado pelo simples fato de estar mixado em nossa imperfeição. Nessa estrada de ir e vir retocamos um erro aqui outro acolá para assim retomar questões relevantes, pois a vontade de acertar continuando a labuta é fecunda. Como dizia uma querida vizinha de Beagá: “Selena, há de vencer a força do bem”.
MINHA irmã me chama de mãe de misse e eu sou mesmo, assumo. Mas também sou um tanto tia de misse. Ela vive de afetos, ama a liberdade, sofre em silêncio, chora baixinho, adora sorvete e sonha com dias melhores. Ela tem a voz perfeita (quando canta o "L" eu fico abobada). Ela seduz com o sorriso, seu rosto luminoso, seu cabelo bem arrumado, sua maquiagem primorosa, seu sapato pink, sua blusa de oncinha. Ela é quase uma médica. Ela é inteligente, é jovem, é educada, é vaidosa, é charmosa, é sensual, é brincalhona, é prestativa, é romântica e pode ter um pouco em si de Amélie Poulain... e ainda por cima ela é linda.
... pra mim A FAZENDA3 acabou ontem com a saída do SERGINHO MALANDRO!!!
Acompanho a carreira do SM desde que me entendo por gente, e não sinto apenas pesar por ele ter sido eliminado, eu estou extremamente decepcionada. Sempre vi preconceito em Brito Jr pelo Malandro; não só eu, mas todos seus torcedores que assistem com afinco a este reality show. Como acreditar nessa mídia que trata as pessoas como descartáveis? Como acreditar numa tevê que não respeita o público cortando cenas importantes e destacando outras pífias? A Record ao se fartar do "glú glú yé yé" o jogou fora com a sua tendenciosa edição! Ah, mas se a Globo chamasse o Malandro pro BBB11?!?!?! Humpf... a "vingança seria malígrina"!
Nosso presidente está pra lá de descompensado. Como pode um presidente virar cabo eleitoral de alguém e viajar pra pedir voto? Isso deveria ser proibido, gente! Eu vejo o chefe de um país ter como missão prioritária - além de muitas outras - defender a paz e não cultivar a violência. Mas o que se vê neste senhor é um desrespeito total ao povo que o elegeu quando se enfia de cabeça numa campanha para continuar sua dinastia. É ele quem manda em tudo, e por quanto tempo? Ontem o que vi na tevê foi um presidente ressentido, desrespeitoso, manipulador, maquiavélico e com um ódio voraz xingando o Serra de mentiroso. O que é ser mentiroso, meu caro presidente?! Eu não compro deboche, boçalidade nem prepotência. Tanto tempo no poder: oito anos viajando no AeroLula, vestindo roupa de grife internacional, representando o povo tupiniquim, usufruindo cama-e-mesa de bacana, mas nunca aprendeu a ser elegante. Nem de longe! É assustador e uma pena que o povo brasileiro não percebeu quem é o nosso representante. A massa está cega. Também pudera! São milhões de ignorantes sobrevivendo de esmola, bolsa família e circo.
SKANK canta pra mim “Vamos Fugir” de Gilberto Gil. É essa a vontade que nasce ultimamente. Fugir pra outro lugar, outra vibe, outro país, outros cheiros. Tenho uma enorme frustração que me corrói: a de não ter morado em outro país, conhecido outras línguas, ter quebrado a cabeça com outras coisas, impregnado minha vontade tal A Noviça Rebelde. Sabe, aquela coisa de precisar sair de Teresina na época da adolescência ou depois dos vinte anos?, pois é, eu não o fiz. É isso mesmo, eu não saí daqui pra viver longe e sozinha. Fui casar e cuidar de filhos e marido. E só em pensar nisso falta-me oxigênio varando os pulmões. Minha alma grita, pede um help, um maior desgoverno de mim, de escorrer por aí - a ermo, mas como?! Não dá mais, lo se. Mas, ainda assim, eu queria escapar de casa como se fosse chegar ao topo de um escorrega-bunda e cair no chão da Itália, Espanha, França, Inglaterra. Escorrer longe do meu roteiro “marromeno”, arrancar-me voada pelos cabelos da oportunidade ou até mesmo contrária à força das obrigações que me prendem. Queria ir ter longe dessa mesmice, com outra gente, outro povo, outras mentes, outras culturas, outros ares, outras possibilidades, outro destino.
A ARTE jamais morrerá enquanto viajarmos para algum lugar maravilhoso, ou em um filme antigo, ou em uma pintura que comova o coração, ou numa fotografia que congela um momento lindo, ou naquela música que toca a alma, ou até mesmo numa escrita - assim - vulgar. Tudo é expressão, é arte.
ALGO me inquieta esta manhã. O desassossego me tomou por inteira, estou ansiosa e não sei bem o porquê, ou sei, ou sei lá meu Pai. O espelho brinca comigo e me chama de incapaz jogando na lata o que minha consciência quer dizer. Eu queria tanto explodir essa sofreguidão sem ter que comer sentimentos. Meus olhos racham de tanto mirar-me e aí vêm as palavras: redenção, reflexão, resignação, metas. Faço as regras e depois as transgrido, no entanto, a ampulheta me consome agitando em pedaços. Xiii... é daqueles dias que a jiripoca vai piá! Olho minhas pálpebras caídas e penso na vida que eu poderia ter tido, ter feito, construído. Então percebo que poderia ser assim ou assado, ser tanta coisa diferente e choro sobre o celuloide derramado. Mas para quê? Já foi. Como diz a minha irmã Celi: “ - Sempre teremos Paris; ainda dá tempo pra conquistar muito, Sela...”. Quiçá ainda tenho mesmo Paris nos votos de objetivo e fé que me vestem. Volto pra cama cheia de "eu me proponho" e o sol delicadamente beija meu ombro. A força me acalma novamente. Ainda é cedo. Ouço os sons da manhã. O jardineiro do vizinho ameaça a grama com seu cortador barulhento; crianças passam alvoroçadas pela rua rumo à casa da frente para buscar seus presentes; os cachorros fazem festa no lixo da rua; buzinas antecedem o pulsar de meu coração sonolento; o pássaro – narcisista – bate-se em minha janela; o ritmo do reggae - da casa ao lado - invade minha alcova. Embora minhas palavras sejam poucas neste momento para expressar o que sinto, a vida está acontecendo lá fora, para meu desespero; o mundo não para esperando eu passar. Estas são as contradições da poesia, pobre de mim! Vida, feita de coisas simples. De dor e de sol.
ESSA lindona aí com cara de felicidade é a ALICE - minha sobrinha-neta: clicada por sua tia e madrinha - Catarina Leitão. Esse é um momento mastercard. Impagável!!!
Lembro que fui uma criança feliz, criativa, alegre, cheia de imaginação, sentimental e também medrosa, mas meu medo era tão abstrato. O medo que uma criança sente hoje é concreto, pois o mundo virou de ponta a cabeça e nada será como já foi um dia. Eu era tanta coisa boa junto: uma menina abençoada, amada, afetuosa, sagaz. Oh, época maravilhosa! Da infância cheia de graça, doce, misteriosa, ingênua, mágica... Como não ser apaixonada pela inocência que pairava outrora!, sem essa vida hichteck de hoje, mas sim com a pureza, a doçura de ser criança da maneira adequada, sem nenhuma apelação da tevê, desses desenhos animados violentos, dessa cultura do consumismo, da força do mal etc. Quem não gostaria de ser criança - pelo menos um dia - outra vez.